A dor do sorriso

Pela manhã sempre há um sol la fora, o mesmo sol de todos os dias, formando um dia diferente de todos, talvez nunca tenhamos parado para pensar, mas deveríamos ser como o sol, diferentes para todos os dias iguais. Hoje eu gostaria de tocar as nuvens e amanhã desejarei governar o mar, da mesma forma que um dia desejei me mudar para a lua, sonhos diferentes porém sempre serão sonhos. Ainda sim, por infelicidade do destino, pensamos apenas que devemos agir da melhor forma possível, mesmo que esta forma não seja pensada, devemos fazer da maneira correta e assim nessa rotina mesquinha nos repetimos de maneira incansável e deveras chata, somos imunes a mutação, indivíduos de mascaras brancas, personagens planos dentro de uma narração.
O fato é mudar, desviar, deixar de ir aonde se vai, conversar com quem não se conhece, amar outro alguém, acreditar no impossível, andar em linhas curvas, ter uma depressão risonha,por fim, devemos ser aquilo que não é,pois assim seremos o diferente, diferente de nada, um pouco de tudo.
Sendo alguém provisório num mundo real, alguém cheio de vontade alheia e conceitos naturais, me sinto incansável e indolor, não machuco e não posso machucar,sofro de insensibilidade a dor e ao tempo,mas não posso aguentar o peso do sorriso.